Senado aprova impeachment de Dilma: respeitar ou engolir os golpistas

“Este é um momento muito triste para a nossa história. Assistimos a um ataque contra a democracia e o voto que no nosso país é obrigatório, provou-se que no fundo não vale de nada. Em um processo de cartas marcadas, em que os votos dos senadores foram negociados com o vice-presidente conspirador, o resultado foi aquele que já prevíamos. No entanto, ficou a imagem da Dilma, uma mulher corajosa, que não renunciou e foi até o fim. A história vai tratar de mostrar quem é quem nesse triste momento e eu não tenho a menor dúvida de que aqueles que estão tristes hoje, terão orgulho de sua postura lá na frente”.

Pode-se considerar uma votação expressiva a julgar pelos fatos: o plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (31/08), um dia negro para democracia brasileira, por 61 a 20, a cassação do mandato da presidenta Dilma Rousseff eleita por mais de 54 milhões de votos. A presidente foi cassada sob a acusação de ter cometido crimes de responsabilidade fiscal – as chamadas "pedaladas fiscais" no Plano Safra e os decretos que geraram gastos sem autorização do Congresso Nacional. Portanto, balelas pregoadas pela oposição que o judiciário e legislativo engoliram, certamente, para defender interesses econômicos e políticos da direita rica brasileira.

Toda pressa do mundo para legalizar o ilegal. Pelo noticiado, o Supremo, já nesta quarta, vai notificar a presidente eleita Dilma Rousseff e o interino Michel Temer sobre o resultado do julgamento. Lembrando que, os resultados das urnas não mudam. A presidente eleita continua sendo Dilma, Temer apenas será um presidente de mandato tampão sem voto.

A pressa é tanto para dar transferência a escuridão da política brasileira que Temer deve ser empossado como presidente ainda nesta quarta, em sessão do Congresso Nacional que será realizada no plenário da Câmara.

Por outro lado, Dilma a presidente cassada por um golpe vergonhoso de nossa história deverá desocupar em até 30 dias o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, em Brasília.

Processo de impeachment

Qualquer um com formação primária sabe que o processo de cassação foi em “vingança” do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por não ter tido apoio da bancada do PT para barrar o processo de cassação contra ele e acabar com a Lava Jato. O golpe trará em seu bojo uma conta muito alta que será paga pelas classes C e D.