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 Por Jorge A. de Queiroz e Silva,  professor, historiador e palestrante
 Quarta-feira, 15/11/2017, 15h44
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África, o berço do conhecimento e da humanidade

Imagem: Maria Firmina dos Reis
Imagem: Maria Firmina dos Reis

Constato equivocadas interpretações culturais das nossas matrizes africanas. Cabe a nós, educadores, retirarmos certas falácias que povoam as cabeças de muitas pessoas.

Explico. Quando pergunto à maioria das pessoas: O que você sabe sobre a África? As respostas: Uma região onde vivem muito animais (leões, girafas, macacos, elefantes etc.); desertos, fome, falta d´água, Aids. Raramente os indivíduos apontam a África como o continente do berço do conhecimento e da humanidade.

Paulo Borges, representante do Fórum Permanente de Educadores Negros, tem desenvolvido palestras nas escolas com o tema África: Berço do conhecimento e da humanidade. Ele explicita que, na África, foram encontrados os pioneiros centros culturais e universitários do planeta, com destaque para as cidades de Gao, Djene e Tumbuctu, no Império de Mali. O povo Dogon, que residia na região, no século XII, inscreveu em monumentos os anéis de Saturno e as luas de Júpiter, além da estrutura espiral da Via-Láctea, observados pelos europeus cinco séculos depois.

De acordo com Paulo Borges, os africanos estiveram, ainda, adiante dos continentes Europa e Ásia, na matemática, na medicina e na metalurgia. E conclui:

“O bastão de Ishango, que é o objeto matemático mais velho, foi encontrado no Congo, em 1950. Era um osso com registros de dois sistemas de numeração, 17 mil anos à frente da matemática grega. (...) O pai da medicina não é Hipócrates, da Grécia Antiga, mas Imhotep, médico negro que viveu 25 séculos antes daquele. No Egito, nordeste da África, Imhotep aplicava conhecimentos da anatomia, fisiologia e drogas essenciais na cura de inúmeros doentes. (...) A bateia usada no ciclo do ouro do Brasil Colônia já era de domínio do Império Gana, entre os séculos IV e XI”.

Pois bem, na próxima segunda-feira, 20 de novembro, comemora-se o Dia da Consciência Negra. Norma Odara, em texto publicado no jornal Brasil de Fato, relembra a vida de Maria Firmina dos Reis, escritora, responsável pela criação da primeira escola mista, em 1881, na qual meninos e meninas estudavam juntos, e compôs o Hino de Libertação dos Escravizados. Confiram, por gentileza, no documento abaixo essa gloriosa vida.

Jorge Antonio de Queiroz e Silva é historiador, palestrante, professor.

Maria Firmina dos Reis, a primeira romancista negra do Brasil

Experimente pesquisar na internet o nome da escritora Maria Firmina dos Reis. O resultado mostra uma jovem branca com vestimentas nobres. Mas a imagem é bem diferente da verdadeira fisionomia da primeira romancista negra do Brasil.

Por Norma Odara

"Rosto arredondado, cabelo crespo, grisalho, fino, curto e amarrado na altura da nuca. Olhos castanhos escuros, nariz curto e grosso, lábios finos, mãos e pés pequenos. A Firmina era uma escritora negra, do século 19. Então, porque a representação imagética dela é de uma escritora branca?", questiona o pesquisador de literatura abolicionista Rafael Balseiro Zin. A situação, segundo ele, evidencia o esquecimento da vida e obra da maranhense.

“Mesquinho e humilde é este livro que vos apresento, leitor. Sei que passará entre o indiferentismo glacial de uns e o riso mofador de outros, e ainda assim dou à lume. (…) Sei que pouco vale esse romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem trato e a conversação dos homens ilustrados”.

Foi com essas palavras que Firmina apresentou seu primeiro romance, “Úrsula”, em 1859, assinado com o pseudônimo “Uma Maranhense”. As palavras que revelam a lucidez da escritora sobre sua condição social enquanto mulher e negra no século 19 ficaram registradas no prefácio do livro. A obra foi esquecida por muitos anos no porão de uma biblioteca pública do Maranhão.

Em vida não foi reconhecida como escritora. Passados cem anos de sua morte, completados em 2017, o nome de Maria Firmina ainda habita os porões da memória brasileira.

"Ela denuncia as mazelas da escravidão, ela denuncia o lugar destinado ao negro e à mulher, naquele contexto social do Brasil do século XIX e, por isso, ela tem uma importância absurda. Mas, infelizmente, ela continua desconhecida pela grande maioria do público e a intenção, lembrando que em 2017 a gente rememora o centenário de morte dela, é aproveitar a data comemorativa para poder divulgar ao máximo o nome da Firmina e fazer com que ela passe a ocupar os cursos de literatura, ou mesmo as cadeiras de instrução primárias, do ensino fundamental e médio, do Brasil", defende Balseiro Zin.

Além do romance “Úrsula”, a escritora publicou os contos “Gupeva”, em 1861; “A Escrava”, em 1887; e um livro de poesias em 1871, intitulado “Cantos à beira-mar”, todos na perspectiva antiescravista. Outros aspectos da vida de Firmina fez com que ela fosse considerada pioneira. Ela foi a primeira mulher a criar uma escola mista em 1881, onde meninas e meninos estudavam juntos.

“Ela foi a primeira mulher a passar num concurso público para a cadeira de instrução primária, no município de Guimarães, interior do Maranhão", conta o pesquisador.

Maria Firmina também compôs o "Hino de Libertação dos Escravos" em 1888.

"Além disso, ela tinha uma preocupação muito grande em reunir cânticos populares, ligados às cantigas de boi, bumba-meu-boi, boi-bumbá, que estão muito fortes dentro da cultura popular maranhense", destaca.

Firmina carregou o estigma de mulata e bastarda por ser filha ilegítima de mãe portuguesa e pai negro, provavelmente um escravo africano, como afirmam pesquisadores. Além das obras, ela nos deixa a oportunidade de revermos a história e a memória social, desta vez com Maria Firmina dos Reis como a primeira escritora negra do Brasil.


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